Recebi a divulgação de mais um direto “Consultório da Aprendizagem” do Forma-te, uma excelente iniciativa, sem dúvida. O tema desta intervenção interessa-me deveras: “Contratar formação a uma empresa, ou directamente a um formador?”, que teve origem no artigo com a mesma desginação escrito por Ana Paula Costa. Para quem não viu, deixo abaixo link para o mesmo.
Infelizmente não consegui assistir em direto, como era minha pretensão de forma a – eventualmente – poder colocar questões à autora. Não obstante, ouvi mais tarde enquanto estava no ginásio. Há que aproveitar o tempo :).
O que dizer acerca do tema e de toda a conversa em torno do mesmo? Por muito que se tenha desmentido a toda a hora, sinceramente acho que houve uma ligeira tendência para a defesa da contratação direta dos formadores. Enfim, é legítimo que cada um tenha a sua opinião. A autora, de forma metódica, vai identificando diversas temáticas e, em cada uma delas, dizendo que acha melhor a contratação de uma entidade formadora ou de um formador. Por exemplo, em relação à confiança, ao custo, etc. Então, mas, qual é afinal o meu ponto? Pessoalmente acho que ficou de parte uma análise (muito) importante. Basicamente foi sempre dito: se o formador for um bom formador, vai sê-lo com ou sem entidade formadora envolvida, pelo que a mesma não acrescenta grande valor. Até posso estar parcialmente de acordo.
NOTA INTERMÉDIA: refira-se que (um pouco como a autora em causa) também eu sou gestor de formação numa entidade e formador free lancer e, inclusive (sem problema nenhum em admitir, pese embora trabalhe todos os dias para que a situação se reverta) o trabalho como free lancer me traga mais retorno financeiro.
Mas, dizia eu, ficou algo de muito importante de fora do debate: e quando as coisas correm menos bem? E quando correm mal?! Esta situação faz-me lembrar uma discussão (amigável, entenda-se) que tive há anos numa reunião de condomínio. Discutia-se se se deveria contratar diretamente uma “senhora das limpezas” em vez de uma empresa, uma vez que era mais barato.
Pessoalmente defendi (e “ganhei” nesse ano, embora não no ano seguinte, mas a democracia é mesmo assim) que caso algo corresse menos bem, seria importante termos uma empresa com personalidade jurídica a quem reclamar, a quem solicitar o livro de reclamações, etc. Ora, penso que este exemplo ilustra perfeitamente o que pode acontecer de menos positivo com a contratação direta de um formador: se algo não correr bem, pessoalmente acho difícil que uma pessoa individual (que até pode e deve ser um excelente profissional) assuma as consequências da mesma forma que uma entidade formadora, que é (ou pode ser) auditada pela DGERT a qualquer momento, que terá mais preocupações em não deixar uma imagem negativa no mercado, etc.
Enfim, poderia aqui referir “n” questões adicionais com as quais não concordo (ou, pelo menos, não concordo totalmente) com o que foi dito, mas pareceu-me de facto muito relevante não se ter tido em conta este fator. Mas, claro, é apenas a minha (modesta e humilde) opinião.